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Géneros da literatura infantojuvenil

Existe uma forte relação entre a literatura oral e a literatura infantojuvenil, dado que uma boa parte dos géneros que compõem a segunda, derivam da primeira manifestação literária.

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Géneros da literatura infantojuvenil

Existe uma forte relação entre a literatura oral e a literatura infantojuvenil, dado que uma boa parte dos géneros que compõem a segunda, derivam da primeira manifestação literária.

De acordo com COELHO (1991) a literatura infanto-juvenil surgiu na França, na segunda metade do séc. XVIII, durante a monarquia absoluta de Luís XIV, quando inicia a preocupaçao em produzir textos para crianças e jovens.

É neste período que foram publicados os primeiros livros infantojuvenis como As Fábulas (1668) de La Fontaine; Os Contos da Mãe Gansa (1691/1697) de Charles Perrault; Os Contos de Fadas (8 volumes-1696-1699) de Mme D’Aulnoy e Telêmaco (1699) de Fénelon.

No que diz respeito a Moçambique, apesar de existir alguma produção em prosa com qualidade estética, só após a independência se pode falar de uma produção literária virada para o público infanto-juvenil.

MACAMO e MANJATE (2003) tomam o ano de 1979 como o marco inicial de publicações literárias para crianças e jovens, mas só a partir de 1990 se verifica um renascimento da literatura infantil com novos autores e instituições que apoiam a edição destas obras. São produções desta época a obra colectiva O Homem e os Macacos, bem como o folheto do jornal Njigiritane, destinado às crianças e jovens, editado pelo escritor Mário Lemos.

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Diversidade dos autores que publicaram textos literários para crianças e jovens nos anos 90

Conforme já referenciado, os anos 90 marcam o renascimento da literatura infanto-juvenil e tal pode ser atestado pela diversidade dos autores que publicaram textos literários para crianças e jovens, dos quais podemos destacar:

  • Alberto da Barca: Um Cão em Maputo (1995) e diversos livros infantis como Bola Azul, Crescer Mais, O Capitão Zhua, O Discurso do sr. Lápis.
  • Calane da Silva: O João à procura da palavra poesia (2009); Pomar e Machamba de Palavras, (2009); O Tamanho da Girafa (2012);
  • Carlos dos Santos: O conselho, (2007); Os frutos da amizade (2008); As cores da amizade (2010); Um passeio pelo céu (2012); O mundo e mais eu (2013); O bichinho da curiosidade (2014);
  • Fátima Langa: Ndinema vai à escola (2016); O coelho e a água; O menino e a raposa.
  • Felizmina W. Velho: Chilendela maconde foi riscada do mapa, (2001).
  • Luís Carlos Patraquim: O coelho que falava latim; O gala-gala cantor
  • Machado da Graça: autor da série Os Gémeos que integra Os gémeos e os traficantes (2003); Os gémeos e os caçadores furtivos (2005); Os Gémeos e a feiticeira (2005); Os gémeos e os raptores de crianças (2007); Os Gémeos e os ladroes de tesouros (2008); os gémeos em Cabo-Delgado (2009); Os gémeos e as queimadas descontroladas.
  • Mia Couto: autor de O gato e o escuro (2001); A chuva pasmada (2004); O Beijo da Palavrinha (2006); O pátio das sombras (2010); A Menina sem palavra (2013); O menino no sapatinho (2013).
  • Pedro Muiambo: Hawu-Hawu, uma aventura na selva (2002).
  • Rogério Manjate: O coelho que fugiu da história (2009).
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Quais são os Géneros da literatura infantojuvenil?

Relativamente à poesia, muitos dos géneros da literatura infanto-juvenil conhecidos derivam da poesia oral.

No contexto do ensino, parte dessa poesia oral usada para o ensino da literatura incorpora as cantigas (incluindo canções de ninar), as advinhas, as anedotas e os provérbios, que estabelecem um primeiro contacto necessário com as crianças porque, mesmo sem saber ler, as crianças já estão familiarizadas com elas através da oralidade.

As canções de ninar, ou acalantos, são geralmente a primeira forma de literatura com que a criança tem contacto. Já as adivinhas, que são mais praticadas no meio rural que no urbano, exercem um papel didáctico nas áreas onde há falta de escolas.

Relativamente às parlendas, elas são muito utilizadas com cunho didáctico, visto que através delas se decoram números, nomes, etc. Geralmente, são construções simples, com rimas, versos isométricos e boa dose de nonsense. Associados a brincadeiras, esses poemas acostumam os ouvidos infantis a sons e ritmos que, além de desenvolver a sensibilidade, auxiliam na criação dogosto pela poesia.

No que diz respeito à narrativa infanto-juvenil, existe uma diversidade de géneros que exploram formas e temas vastos. Dos mais destacados, encontra- se o conto, que é uma narrativa mais curta, que tem como característica central condensar o conflito, tempo, espaço e o número de personagens.

A lenda tem uma base histórica, um facto pertencente a um acontecimento ou pessoa de um tempo histórico determinado que aparece transformado, de maneira idealizada e exagerada, numa narrativa posterior. Muitas vezes, a lenda é de criação colectiva do povo. Teve, em consequência, um desenvolvimento oral e aparece com muitas versões próximas, mas diferentes. O factor idealização é essencial para a transformação da história em lenda. Ela terá sempre a componente histórica para lhe dar subsídio e credibilidade.

A fábula é um dos géneros mais conhecidos na escola. Contribuem para esse conhecimento a extensão (texto curto), as personagens (animais falantes na maioria), o tratamento dialógico (personagens dialogam ao longo do texto, permitindo pontos de vista diferentes), a moral explícita (às vezes implícitas) no início ou no final da narrativa, que evita contradições. Ela facilita e condiciona a compreensão do que é lido.

A banda desenhada ou histórias em quadrinhos é uma narrativa que recorre basicamente a imagens e apresenta um texto verbal em forma de legenda ou balões. Caracterizam a banda desenhada a cor, que serve para indicar o estado de espírito da personagem; as onomatopeias que reproduzem os sons não verbais; metáforas visualizadas; sinais em movimento; diferentes caracteres das letras, podendo indicar o tom de voz (letras grossas ou finas).

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