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Relação entre a oralidade e a grafia

Neste artigo, estabelece-se uma relação entre a oralidade e a representação gráfica dos sons.

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Relação entre a oralidade e a grafia

Neste artigo, estabelece-se uma relação entre a oralidade e a grafia (representação gráfica dos sons). Sabe-se que no ensino da língua em classes iniciais, uma das grandes dificuldades é fazer compreender às crianças as diferenças entre o som e a sua representação gráfica. Dado que nem sempre há uma correspondência exacta entre o som e a grafia. Esta lição debruça-se sobre o sistema de escrita do Português.

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Grafia e ortografia

Será que todas as línguas são escritas? Podemos assumir que basta uma língua ser falada tem implicitamente um sistema de escrita reconhecido por seus falantes?

Nem todas as línguas faladas têm sistemas de representação escrita. Algumas são predominantemente orais. Porém, mesmo as línguas que se escrevem, não são todas que possuem uma norma de representação escrita. Neste último caso falamos então em grafias e não em ortografia.

Até 1911, não havia uma norma ortográfica para o português. É por isso que no português antigo coexistiam diferentes grafias, inclusive num mesmo texto, como a seguir se ilustra:

Quando ome que ouu(er) filhos du_a molh(er) casar cu_out(ra) que ouu(er) fillos doutro marido e ambos ouuere_ fillos de (con)suu, se o marido ou a molh(er) morrer, |e| os fillos que foren daq(ue)l morto partã cõmunalme_te toda sa boa.

E se alguu dos yrmãos que son de padre e d(e) madre morrer sen erdeyro e mãda nõ fez(er), os outros seus irmãos que fore_d(e) padre e de madre h(er)de_ toda sa bõa. E se foren yrmaos de senos padres e de senhas madres, cada huu dos yrmaos erden en boa d(e) seu yrmao que lhy uenha do padre ou da madre ond(e) son os yrmaos.

E se algu_as gaanças fez o morto da out(ra) parte, os yrmaos p(ar)tãas cõmunalmente d(e) (con)suu. (Corpus Informatizado do Português Medieval, Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa, Foro Real [1280?])

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O que é ortografia?

Etimologicamente, a palavra “ortografia” (orto + grafia) significa “grafia correta”, isto é, só se fala em ortografia quando existe uma “norma” que regulamenta o modo como se deve escrever de acordo com determinadas convenções sociais. Portanto, a ortografia pode ser definida como um conjunto de convenções que regulam a representação dos sons da fala na escrita.

Pelo que, as diferentes ortografias baseiam-se em dois princípios:

  1. Etimológico– a que considera a origem da palavra e a maneira como era grafada na língua da qual proveio. Este é o princípio que vigorava em relação à língua portuguesa no Brasil e em Portugal, entre os séculos XVI a XX, pois procurava-se a raiz latina ou grega para escrever as palavras.
    1. Fonético– procura-se representar, graficamente, os sons da fala. Aqui há uma semelhança entre o som e a sua representação gráfica.

A diferença que se assiste entre a fala e a escrita deriva destes princípios e reformas ortográficas. Sendo necessário conhecer as regras da ortografia para uma melhor representação escrita porque nem sempre existe uma correspondência entre a linguagem oral e a linguagem escrita.

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Relativamente ao ensino da língua portuguesa, este baseia-se nos seguintes aspectos:

  1. Leis de acentuação nos vocábulos simples e compostos;
  2. Valor histórico dos fonemas proferidos e dos que já não se proferem e a sua influência na modulação da vogal precedente;
  3. Conhecimento dos ditongos e sua dissolução;
  4. Silabização;
  5. Homónimos e parónimos;
  6. Função dos sufixos;
  7. Composição dos vocábulos e formação da perífrase nos verbos e usos da enclítica. (Cf. DUARTE, 2000)

Actualmente, os sistemas de codificação escrita estão mais desenvolvidos, não obstante existirem algumas modificações tanto na fala como na escrita devido a factores temporais e interaccionais.

Assim, para evitar a arbitrariedade exagerada, os falantes de uma língua comum têm adoptado vários acordos com vista a regular os sistemas de escrita da língua.

Já reparou que é difícil um professor explicar a uma crinça que está aprendendo a escrever a razão de se escrever com “p” a palavra “BAPTISTA”. O professor teria de recorrer ao conhecimento da etimologia da palavra, mas nem sempre pode ser feliz ou satisfazer a dúvida da criança. Porém, com o Novo Acordo Ortográfico, a palavra “Baptista” perdeu a consoante “p”.

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