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A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA HISTÓRICA: AS ETAPAS DA HISTÓRIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO

A ciência histórica é uma disciplina em constante evolução, moldada pelas mudanças sociais, culturais e intelectuais ao longo do tempo.

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I. INTRODUÇÃO

 A ciência histórica é uma disciplina em constante evolução, moldada pelas mudanças sociais, culturais e intelectuais ao longo do tempo. Ao analisarmos as diferentes fases ou etapas pelas quais a sociedade passou, podemos compreender como o olhar sobre a história se transformou, influenciando a abordagem da ciência histórica.

Este trabalho tem como objetivo identificar essas etapas, descrever seus marcos, destacar os principais defensores e explicar as finalidades da história em cada fase.

A ciência histórica, ao longo das diversas etapas da sociedade, passou por transformações significativas. A identificação dessas fases, a descrição de suas características, os objetivos e finalidades específicos, bem como os principais defensores, proporcionam uma compreensão abrangente da construção da ciência histórica como forma de conhecimento. Este conhecimento é fundamental para apreciar a complexidade e a evolução da disciplina ao longo do tempo.

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1.1. Objetivos

1.1.1.     Objetivo Geral

  • Analisar as etapas da história como forma de conhecimento.

1.1.2.     Objetivos específicos

  • Identificar as fases ou etapas pelas quais a sociedade passou;
  • Descrever os principais marcos e olhar sobre a ciência histórica;
  • Identificar os principais defensores deste período;
  • Explicar as finalidades da história em cada fase.
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II. A CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA HISTÓRICA: AS ETAPAS DA HISTÓRIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO

A ciência histórica evoluiu ao longo das diferentes fases da sociedade, refletindo as transformações sociais, culturais e intelectuais.

Desde a oralidade na Pré-História até a análise crítica na Idade Contemporânea, as etapas apresentaram características distintas, como o teocentrismo medieval, a valorização do humanismo no Renascimento e a abordagem mais científica na Idade Moderna.

Cada fase teve objetivos específicos, desde a sobrevivência e transmissão de tradições até a compreensão crítica dos impactos da globalização, com defensores notáveis em cada período, contribuindo para a construção complexa e multifacetada da ciência histórica.

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2.1. Pré-História

Na fase da Pré-História, que abrange um extenso período antes do surgimento da escrita, as sociedades humanas estavam em um estágio inicial de desenvolvimento.

Caracterizada pela ausência de registros escritos, a transmissão do conhecimento ocorria de forma oral, através da narração de mitos e lendas. Este método de comunicação era essencial para preservar a identidade cultural, compreender experiências passadas e transmitir conhecimentos fundamentais (Noelli & Funari, 2002).

A ausência de registros escritos dificulta a análise detalhada dessa fase, mas evidências arqueológicas, como ferramentas, artefatos e restos humanos, fornecem insights valiosos sobre o modo de vida das sociedades pré-históricas.

2.1.1 Características

Para Noelli e Funari (2002), as características distintivas desta fase incluíam a prática da oralidade, na qual a tradição era transmitida de geração em geração verbalmente. Além disso, as sociedades eram frequentemente nômades, movendo-se em busca de recursos naturais e melhores condições de vida. O domínio da natureza era crucial para a sobrevivência, uma vez que dependiam da caça, coleta e utilização de recursos disponíveis em seu ambiente.

2.1.2. Objetivos e Finalidades desta Fase:

Os objetivos e finalidades primordiais da Pré-História estavam voltados para a sobrevivência e a transmissão de tradições orais. A preservação do conhecimento sobre técnicas de caça, coleta, práticas agrícolas rudimentares e habilidades essenciais para a vida diária era crucial para a continuidade e adaptação das comunidades pré-históricas em ambientes frequentemente desafiadores.

2.1.3. Principais Defensores desta Fase ou Etapa:

Os principais defensores desta fase são os antropólogos e arqueólogos, cujo trabalho é essencial para desvendar os mistérios das sociedades pré-históricas.

Através de escavações, análises de artefatos, estudos de restos humanos e interpretação de vestígios, esses profissionais contribuem para a construção do entendimento sobre as práticas culturais, estruturas sociais e formas de subsistência que caracterizaram a Pré-História.

Seu trabalho árduo e dedicação permitem que a humanidade conecte-se com suas raízes mais antigas, desvendando o passado e construindo pontes entre diferentes estágios de desenvolvimento humano (Noelli & Funari, 2002).

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2.2. Antiguidade

Na era da Antiguidade, um marco significativo foi o surgimento das civilizações escritas, indicando uma transição crucial na forma como a história era registrada e compreendida. A escrita tornou-se um instrumento vital para documentar eventos e consolidar o conhecimento acumulado ao longo do tempo (Cantele, 1989).

Este avanço teve um impacto profundo no desenvolvimento político, social e cultural, caracterizando um período marcado por intensa atividade intelectual e crescimento civilizacional notável, com destaque especial para as culturas grega e romana.

2.2.1 Características

Para Cantele, (1989), as características distintivas da Antiguidade incluíram o desenvolvimento de civilizações complexas, nas quais o surgimento da escrita desempenhou um papel fundamental na preservação da história. O estabelecimento de governos centralizados foi uma tendência, refletindo a consolidação do poder político em mãos de líderes e instituições.

O período também testemunhou avanços significativos nas áreas da filosofia, arte, arquitetura, e ciência, contribuindo para o desenvolvimento cultural e social dessas civilizações.

2.2.2. Objetivos e Finalidades desta Fase:

Os objetivos e finalidades da Antiguidade estavam fortemente ligados à legitimação do poder e ao registro de feitos grandiosos. A escrita era utilizada como uma ferramenta para afirmar a autoridade dos governantes, registrar eventos importantes, como batalhas e conquistas territoriais, e preservar os mitos e lendas que moldavam a identidade cultural dessas sociedades antigas.

A história tornou-se uma ferramenta de legitimidade política, justificando o governo centralizado e fortalecendo a coesão social.

2.2.3. Principais Defensores desta Fase ou Etapa:

Os principais defensores desta fase foram os historiadores Heródoto e Tucídides. Heródoto, frequentemente chamado de “pai da História”, destacou-se por seus relatos detalhados sobre as Guerras Greco-Pérsicas, explorando não apenas os eventos, mas também as culturas envolvidas.

Tucídides, por sua vez, contribuiu com uma abordagem mais analítica e crítica, focando-se na Guerra do Peloponeso e introduzindo a ideia de causas e efeitos históricos. Ambos deixaram um legado duradouro ao estabelecerem as bases da narrativa histórica e da análise crítica.

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2.3. Idade Média

A Idade Média foi profundamente influenciada pela predominância da Igreja Católica, marcando uma fase caracterizada pela teocentricidade, onde a religião desempenhava um papel central na vida cotidiana e nas estruturas sociais. Durante esse período, os registros históricos eram permeados por uma abordagem essencialmente religiosa, destacando eventos relacionados à fé e à monarquia como elementos centrais da narrativa histórica.

2.3.1 Características

As características distintivas da Idade Média incluíram a teocentricidade, que refletia a visão centrada em Deus que permeava todas as esferas da sociedade. O sistema feudal também desempenhou um papel proeminente, caracterizado pela relação de vassalagem entre senhores feudais e servos. A sociedade estava estratificada em diferentes camadas, com a aristocracia e o clero detendo grande poder, enquanto a maioria da população trabalhava na agricultura.

2.3.2. Objetivos e Finalidades desta Fase:

Os objetivos e finalidades da Idade Média estavam fortemente relacionados à justificação do poder eclesiástico e monárquico. A narrativa histórica servia como instrumento para legitimar o domínio da Igreja Católica e dos monarcas, consolidando sua autoridade sobre as populações. Os registros históricos desse período eram muitas vezes moldados por uma perspectiva religiosa, enfatizando a importância da fé e da obediência à autoridade divina e secular.

2.3.3. Principais Defensores desta Fase ou Etapa:

Os principais defensores dessa fase foram São Beda e Jacques Le Goff. São Beda, um monge e historiador anglo-saxão, contribuiu significativamente para a preservação de registros históricos da Idade Média, incluindo suas obras sobre a história da Inglaterra e a vida dos santos.

Jacques Le Goff, por sua vez, destacou-se como um renomado medievalista francês, dedicando seus estudos à análise crítica da sociedade medieval, especialmente no que diz respeito à mentalidade e às estruturas sociais da época. Ambos influenciaram a compreensão contemporânea da Idade Média e contribuíram para a preservação e interpretação do legado histórico desse período.

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2.4. Renascimento

O Renascimento representou uma fase de extraordinária revitalização do conhecimento clássico, caracterizada pela redescoberta e valorização das contribuições artísticas, científicas e filosóficas da Antiguidade.

Marcada pela ênfase na razão, arte e ciência, esta era testemunhou um movimento intelectual que transcendia as limitações impostas pela teocentricidade da Idade Média. O humanismo, uma corrente de pensamento que celebrava a dignidade humana, ganhou destaque, moldando a percepção histórica de maneira inovadora.

2.4.1 Características

As características distintivas do Renascimento incluíram a valorização da cultura clássica, um retorno às ideias e obras dos pensadores gregos e romanos. O humanismo, centrado na apreciação das realizações humanas e na promoção do pensamento crítico, tornou-se uma força motriz para a redescoberta do conhecimento e para o desenvolvimento de uma visão mais secular da história. O racionalismo, um enfoque na razão como guia para a compreensão do mundo, também desempenhou um papel crucial nesse período.

2.4.2. Objetivos e Finalidades desta Fase:

Os objetivos e finalidades do Renascimento estavam intrinsecamente ligados ao resgate da cultura clássica e à promoção do pensamento crítico. Os estudiosos renascentistas buscavam reviver os ideais artísticos e filosóficos da Antiguidade, destacando a importância do indivíduo e da expressão criativa. O período foi marcado por uma busca incessante pelo conhecimento, impulsionada pelo desejo de explorar novas perspectivas e desafiar as tradições estabelecidas.

2.4.3. Principais Defensores desta Fase ou Etapa:

Os principais defensores desta fase foram figuras como Leonardo Bruni e Francesco Guicciardini. Leonardo Bruni, um humanista italiano do século XV, foi um notável historiador e chanceler, cujas obras refletiam a influência do pensamento clássico em sua abordagem da história.

Francesco Guicciardini, também italiano, destacou-se como historiador e político, contribuindo para a análise crítica da história contemporânea e influenciando a historiografia renascentista. Esses defensores desempenharam papéis cruciais na transformação do cenário intelectual e na redefinição do papel da história na sociedade renascentista.

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2.5. Idade Moderna

A Idade Moderna foi caracterizada pelo surgimento de eventos transformadores, incluindo as grandes navegações e as revoluções industriais, que marcaram um ponto de virada significativo na trajetória histórica da humanidade. Esta fase testemunhou uma mudança na abordagem da história, tornando-a mais secular e científica, com uma ênfase renovada em eventos políticos, econômicos e sociais.

2.5.1 Características

As características distintivas da Idade Moderna incluíram a expansão colonial, que levou ao encontro de diferentes culturas e à formação de impérios globais. Revoluções políticas, como a Revolução Francesa e a Revolução Americana, desencadearam mudanças drásticas nos sistemas de governo e nas estruturas sociais. O pensamento iluminista, que enfatizava a razão, a liberdade e a busca do conhecimento, tornou-se uma força motriz para o progresso intelectual e social.

2.5.2. Objetivos e Finalidades desta Fase:

Os objetivos e finalidades da Idade Moderna estavam voltados para a compreensão das mudanças sociais e políticas que estavam ocorrendo. A história tornou-se uma ferramenta crucial para analisar os impactos das grandes navegações, revoluções industriais e transformações políticas, econômicas e sociais. A abordagem mais científica da história nesta fase refletia a crescente importância da observação, análise crítica e interpretação baseada em evidências.

2.5.3. Principais Defensores desta Fase ou Etapa:

Os principais defensores dessa fase foram Leopold von Ranke e Marc Bloch. Leopold von Ranke, considerado o pai da história moderna, enfatizou a importância da pesquisa rigorosa, da imparcialidade e da narrativa fiel aos fatos.

Marc Bloch, um historiador francês, contribuiu significativamente para a historiografia ao fundar a Escola dos Annales, que promovia uma abordagem interdisciplinar e uma análise mais ampla das estruturas sociais e econômicas. Ambos os estudiosos influenciaram profundamente a metodologia histórica moderna, contribuindo para a evolução da disciplina.

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2.6. Idade Contemporânea

A Idade Contemporânea foi profundamente marcada por eventos de grande magnitude, como a Revolução Industrial, as guerras mundiais e os avanços tecnológicos. Estes elementos moldaram significativamente a trajetória histórica, resultando em uma abordagem mais crítica da história, onde diversas perspectivas e fontes eram consideradas para uma compreensão mais abrangente.

2.6.1 Características

As características distintivas da Idade Contemporânea incluíram a rápida industrialização, que transformou as sociedades de maneira profunda, levando a mudanças significativas nos modos de produção e nas relações sociais. O nacionalismo, impulsionado por ideias de identidade e soberania, teve um papel central nas dinâmicas políticas, enquanto a globalização, decorrente da interconexão econômica e cultural, tornou-se uma força dominante na cena mundial. Movimentos sociais, como os de direitos civis e feminismo, ganharam destaque, desafiando estruturas tradicionais e buscando justiça social.

2.6.2. Objetivos e Finalidades desta Fase

Os objetivos e finalidades da Idade Contemporânea estiveram voltados para a análise crítica, buscando compreender os impactos profundos da industrialização e da globalização. A história passou a ser abordada de forma mais complexa, considerando diversas perspectivas e fontes, a fim de proporcionar uma visão mais completa e equilibrada dos eventos históricos.

2.6.3. Principais Defensores desta Fase ou Etapa:

Os principais defensores desta fase foram Fernand Braudel e E.H. Carr. Fernand Braudel, um historiador francês, é conhecido por sua abordagem estruturalista, que enfocava as estruturas de longa duração e os padrões de desenvolvimento. E.H. Carr, por sua vez, um historiador britânico, contribuiu para a teoria da história ao enfatizar a importância da interpretação e do contexto na análise histórica. Ambos desempenharam papéis fundamentais na moldagem da historiografia contemporânea, influenciando a maneira como a Idade Contemporânea é compreendida e interpretada.

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III. CONSIDERACOES FINAIS

A construção da ciência histórica ao longo das diferentes fases da sociedade revela uma evolução notável, refletindo as transformações sociais, culturais e intelectuais. Da oralidade na Pré-História à análise crítica na Idade Contemporânea, cada etapa apresentou características distintas, como o teocentrismo medieval, a valorização do humanismo no Renascimento e a abordagem mais científica na Idade Moderna. Cada fase teve objetivos específicos, desde a sobrevivência e transmissão de tradições até a compreensão crítica dos impactos da globalização, com defensores notáveis em cada período, contribuindo para a construção complexa e multifacetada da ciência histórica.

Na Pré-História, as sociedades em estágio inicial de desenvolvimento dependiam da transmissão oral de conhecimento, centrando-se na sobrevivência e na preservação de tradições. Características como oralidade, nomadismo e domínio da natureza eram essenciais, e antropólogos e arqueólogos desempenham papel crucial na reconstrução desse período. A Antiguidade testemunhou o surgimento de civilizações escritas, com características como governo centralizado, desenvolvimento cultural e os historiadores Heródoto e Tucídides como defensores proeminentes.

A Idade Média foi marcada pela teocentricidade, influência da Igreja Católica e estratificação social. São Beda e Jacques Le Goff destacaram-se como defensores dessa fase, explorando registros históricos permeados por uma abordagem religiosa. O Renascimento trouxe uma revitalização do conhecimento clássico, destacando a cultura greco-romana, o humanismo e o pensamento crítico. Leonardo Bruni e Francesco Guicciardini foram figuras-chave na redefinição da história.

A Idade Moderna foi caracterizada por eventos transformadores, como as grandes navegações e as revoluções industriais, impulsionando uma abordagem mais secular e científica da história. Leopold von Ranke e Marc Bloch foram defensores importantes, influenciando a metodologia histórica moderna.

A Idade Contemporânea foi moldada por eventos de grande magnitude, como a Revolução Industrial e as guerras mundiais. Características como industrialização, nacionalismo e globalização foram centrais, e Fernand Braudel e E.H. Carr se destacaram como defensores, promovendo uma análise crítica e uma compreensão abrangente da história.

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IV. BIBLIOGRAFIA

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