Atividade Económica no Distrito de Zavala: A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.2
Atividade Económica no Distrito de Zavala: A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.2
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A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.2, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa.
De um total estimado de 155 mil habitantes, 83 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos). Excluindo os que procuram emprego pela primeira vez, a população economicamente activa é de 66 mil pessoas, o que reflecte uma taxa implícita de desemprego de 20%.
PUBLICIDADEDestes, 96% são trabalhadores familiares ou por conta própria, e na sua maioria mulheres. A percentagem de trabalhadores assalariados é somente de 4% da população activa e, de forma inversa, é dominada por homens (as mulheres assalariadas representam apenas 15% do total de assalariados).
A distribuição segundo a posição no processo de trabalho e o ramo de actividade reflecte, naturalmente, a actividade dominante agrária do distrito, que ocupa 95% da mão-de-obra activa do distrito (67%, por conta própria e 33% em regime de exploração familiar).
Os sectores secundário e terciário ocupam, respectivamente, 2% e 3% da população activa, sendo dominados pela actividade de comércio formal e informal, onde trabalham cerca de 2% do total de pessoas activas e 4% das mulheres activas do distrito.
ÍNDICE:
ToggleSECTORES DE ACTIVIDADE | TOTAL | POSIÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO | ||||||
Assalariados | Sector Coop. | Por conta própria | Trabalhador | Empresário | ||||
Total | Estado | Empresas | familiar | Patrão | ||||
DISTRITO DE ZAVALA | 66.401 | 3,4% | 1,2% | 2,1% | 0,1% | 65,0% | 31,4% | 0,2% |
– Homens | 23.925 | 2,9% | 1,0% | 1,9% | 0,0% | 23,4% | 9,5% | 0,2% |
– Mulheres | 42.476 | 0,5% | 0,3% | 0,2% | 0,0% | 41,6% | 21,9% | 0,0% |
Agricultura, silvicultura e pesca | 62.791 | 0,7% | 0,2% | 0,5% | 0,1% | 63,0% | 30,8% | 0,1% |
Indústria, energia e construção | 1.355 | 1,1% | 0,2% | 0,9% | 0,0% | 0,8% | 0,1% | 0,1% |
Comércio, Transportes e Serviços | 2.254 | 1,6% | 0,9% | 0,7% | 0,0% | 1,2% | 0,5% | 0,1% |
O distrito de Zavala tem um Índice de Incidência da Pobreza estimado em cerca de 80% no ano de 200311. Com um nível médio mensal das receitas familiares estimado em 1.050 contos (46% em espécie, derivados do autoconsumo e da renda imputada pela posse de habitação própria), a população do distrito apresenta um padrão de consumo concentrado nos produtos alimentares (59%) e na habitação, água e energia e combustíveis (25%).
Com variância significativa, a distribuição da receita familiar está concentrada nas classes baixas, com 71% dos agregados na faixa de rendimentos mensais inferiores a 2.000 contos.
PUBLICIDADEO distrito de Zavala produz geralmente duas colheitas por ano. A produção da colheita principal é insuficiente para cobrir as necessidades de alimentos básicos, que só são satisfeitas com a segunda colheita, com rendimentos não agrícolas ou com outros mecanismos de sobrevivência.
Dados do levantamento dos “Médicos sem Fronteiras” permitem estimar em 2,5 meses a média de reservas alimentares por agregado familiar de
cereais e mandioca. Estima-se que 5% da sua população, sobretudo os camponeses de menos posses, idosos e famílias chefiadas por mulheres, está em situação potencialmente vulnerável.
As oportunidades de emprego no distrito são muito reduzidas, uma vez que este não possui nenhuma indústria ou estabelecimentos que possam absorver a força de trabalho, apenas existindo pequenas indústrias e casas comerciais de base familiar.
Este problema é atenuado pelo facto de a zona beneficiar de uma razoável integração de mercados e ter acesso a outras actividades geradoras de rendimento.
Nos períodos de escassez, as famílias recorrem a uma diversidade de estratégias de sobrevivência que incluem a participação em programas de “comida pelo trabalho”, a venda de bebidas tradicionais e a recolha de frutos silvestres.
O comércio informal evolui na sede, constituindo uma actividade alternativa dos jovens. A pesca absorve parte da mão-de-obra masculina na zona costeira do distrito. As famílias com homens activos recorrem, ainda, ao trabalho remunerado na RSA e na Cidade de Maputo.
Para fazer face à situação, as autoridades distritais e o MADER lançaram um plano de acção para redução do impacto da estiagem incluindo sementes e culturas resistentes e introdução de tecnologias adequadas ao sector familiar.
As principais organizações que apoiam o distrito, sobretudo aquando de calamidades, são o PMA, o Departamento de Prevenção e Combate às Calamidades Naturais (DPCCN) o PESU (Programa de Emergência de Sementes e Utensílios), a Save the Children Federation USA (SCF) e a Organização Rural de Ajuda Mútua (ORAM), cuja actuação inclui a entrega de alimentos do programa “comida pelo trabalho”, a distribuição de sementes e de instrumentos agrícolas.
O distrito é atravessado em toda a sua extensão pelo principal eixo rodoviário norte-sul do país, a EN1. É servido por transportes rodoviário e marítimo e, em termos de telecomunicações, possui ligações telefónicas e via rádio, com uma capacidade instalada de 120 linhas, das quais 53 já estão instaladas.
Funciona igualmente a rede de telefonia móvel, num raio de 12 km em torno da Sede do Distrito, bem como uma estação dos Correios, que também emite vales postais.
As quatro principais estradas do distrito encontram-se transitáveis, mas apenas a EN1, que liga Zandamela a Inharrime, foi reabilitada. A reparação e manutenção corrente das vias de comunicação terciárias terá um grande impacto no desenvolvimento da actividade agrícola e na comercialização dos seus produtos.
Dimensão (km) | Classificação | Transitável (S/N) | Reabilitada (S/N) | |
Localização | ||||
EN 1-Zandamela | 100 | EN | sim | sim |
Mavila-Maculuva | 60 | NC | sim | não |
Mavila-Quissico | 20 | NC | sim | não |
Chissibuca-Chambale | 20 | NC | sim | não |
Helene-Muane | 10 | NC | não | não |
Chissibuca-Maculuva | 23 | NC | não | não |
A situação do abastecimento de água no distrito pode-se considerar razoável, verificando- se que quase todas as localidades têm acesso a água potável.
A Vila-Sede de Quissico é abastecida a partir de dois grupos de motobombas (um avariado) cobrindo um total de 40 instalações, para além de 2 fontanários.
No Posto Administrativo de Zandamela, a água é fornecida por um grupo motobomba, com um total de 4 consumidores domésticos e um fontanário público.
Nas povoações de Chissibuca, Mavila e Manguengue o abastecimento de água também é feito por motobombas de gestão privada.
Nas zonas rurais, a população consome água dos poços e rios. A totalidade dos poços e furos dispõe de bombas de água, sendo a principal instituição activa no sector, a Água Rural, que tem organizado estágios periódicos de manutenção de bombas de água e também disponibilizado acessórios e peças sobressalentes que, porém, não obstam aos problemas de operacionalidade existentes.
De acordo com os dados do Censo de 1997, só a vila de Quissico beneficia de energia eléctrica, que cobre cerca de 1% da população de todo o distrito.
Actualmente o distrito possui um gerador velho, gerido pela EDM, que apenas fornece energia durante 6 horas à Vila. Está prevista para 2005 a instalação de um subsistema móvel que irá assegurar o fornecimento de energia durante 24 horas por dia, desde a Vila ao PA de Zandamela, beneficiando os residentes ao longo da EN1.
Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água a necessitar de manutenção e a rede de estradas e pontes quase na época das chuvas tem problemas de transitibilidade.
O distrito de Zavala não possui forte apetência para a actividade agrícola, podendo-se dividir em duas zonas agro-ecológicas ou de produção, principais:
Zona A: Abrange uma pequena parte do distrito, sobretudo a Localidade de Maculuva. É a região mais crítica do distrito em termos de ocorrência de secas. Predomina nesta zona o clima tropical com a temperatura média anual a oscilar entre os 16 e 28° C, e os níveis de precipitação anual entre 600mm e 800 mm, e com uma distribuição muito irregular.
Os solos predominantes nesta zona são arenosos e pobres. As culturas praticadas são a mandioca, o milho, amendoim, feijão nhemba, jugo, arroz, batata-doce e hortícolas. Cultiva-se também o cajú, a manga, a cana-de-açúcar, entre outras.
Zona B: Abrange toda a zona costeira e grande parte do interior do distrito. Predominam os solos arenosos e, em algumas faixas, os solos franco-arenosos, com fraca capacidade de retenção de humidade e baixa fertilidade, apresentando também terrenos acidentados e pedregosos.
A precipitação anual oscila entre 1000 e 1200mm. Embora ocorram algumas cheias, a seca é o desastre natural mais frequente. As principais culturas são o milho, amendoim, feijões, castanha de cajú e algodão.
A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, uma vez que as condições climáticas determinam uma colheita por ano (época das chuvas), nem sempre bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.
O distrito de Zavala não possui infraestruturas de regadio disponíveis para a exploração agrícola.
Algumas famílias empregam métodos tradicionais de fertilização dos solos como o pousio das terras, a incorporação no solo de restolhos de plantas, estrume ou cinzas. Para além das questões climáticas, os principais constrangimentos à produção são as pragas, a seca, a falta ou insuficiência de sementes e pesticidas.
As culturas alimentares básicas do sector familiar no distrito são a mandioca, o milho, o amendoim e o feijão, cultivados em explorações com uma média de 1,6 ha, sendo o cultivo de hortícolas pouco expressivo no distrito.
As principais culturas comercializadas pelo sector familiar são a mandioca, o feijão-nhemba, o amendoim, o algodão e o milho, e as culturas de rendimento mais frequentes são o cajú, a copra, a mafurra e a cana-de-açúcar. O algodão e a mandioca são as culturas mais importantes para a economia agrícola do distrito.
As principais limitações que afetam a produção agrícola no distrito são a queda irregular das chuvas, a falta de serviços de extensão agrária, as pragas, a falta de sementes e de instrumentos agrícolas.
Dada a existência de um estrato graminoso e arbustivo abundante, é a produção pecuária a actividade agrária com maior potencial neste distrito.
As cheias que assolaram o distrito em 2000/01 levaram à perda da campanha agrícola e afectaram grande parte da população do distrito. Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu, e a reabilitação de algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a recuperação dos níveis de produção de campanhas anteriores.
PUBLICIDADECampanha 2000/2001 | Campanha 2001/2002 | Campanha 2002/2003 | ||||
Principais | Área (ha) | Produção | Área (ha) | Produção | Área (ha) | Produção |
Culturas | Semeada | (Toneladas) | Semeada | (Toneladas) | Semeada | (Toneladas) |
Milho | 15.824 | 4.430 | 16.000 | 4.800 | 15.400 | 1.872 |
Arroz | 452 | 814 | 396 | 673 | 414 | 662 |
Mapira | 2.320 | 1.438 | 1.250 | 650 | 1.123 | 472 |
Amendoim | 12.659 | 3.810 | 7.094 | 638 | 6.385 | 319 |
Mandioca | 10.398 | 27.035 | 8.370 | 16.740 | 7.533 | 65.914 |
Feijões | 5.425 | 835 | 5.550 | 278 | 4.995 | 749 |
Total | 47.078 | 38.362 | 38.660 | 23.779 | 35.850 | 69.988 |
O fomento pecuário tem sido fraco. Porém, o investimento privado e a tradição na criação de gado e uso de tracção animal, conduziram ao crescimento do efectivo bovino de 15 mil cabeças em 2000, para cerca de 18 mil cabeças em 2004, cuja exploração é feita por vários criadores privados e familiares, servidos por algumas infra-estruturas de apoio.
Os animais domésticos mais importantes para o consumo familiar e comercialização são os patos, galinhas, porcos, cabritos e bois. É prática corrente o recurso a animais de tracção, principalmente bois e burros. As doenças, a falta de recursos financeiros, de assistência veterinária e de áreas de pastagem constituem a mais importante limitação à manutenção de maiores efectivos.
O distrito tem potencial para a produção pecuária, principalmente de bovinos, já que na zona central do distrito existem boas zonas de pastagem. Contudo, a falta de serviços de extensão é uma grande limitação ao desenvolvimento da actividade.
O distrito possui algum potencial para a exploração florestal, mais concretamente para recursos madeireiros como a chanfuta na zona de Maculuva, bem como para a exploração de recursos florestais.
Porém, a madeira não é muito utilizada para construção, recorrendo a população a outros materiais, como o caniço ou materiais convencionais. É principalmente consumida como lenha ou usada na produção de carvão. As árvores mais utilizadas para este fim são tambeiras, cajueiros e mafurreiras.
O distrito de Zavala debate-se com problemas de erosão de solos que afectam gravemente a sede distrital e de desflorestamento.
As espécies de fauna bravia existentes no distrito incluem o hipopótamo, a lebre saltadora e o porco-do-mato, tendo alguma importância como suplemento alimentar para as famílias.
A irregularidade na queda das chuvas e a prevalência da cochonilha constituem, segundo a DDAP, importantes obstáculos ao desenvolvimento da fruticultura. A maior parte da fruta é comercializada fresca, sendo a castanha de cajú, o coco e a tindziva, processadas localmente.
Sendo um distrito costeiro, o peixe está, naturalmente, incluído nos hábitos alimentares das famílias, apesar de a actividade de pesca ser pouco desenvolvida.
PUBLICIDADEO distrito está razoavelmente integrado nas redes de mercados da região sul do país, sendo a actividade comercial baseada sobretudo na produção agrícola, de fruta e em outros géneros de consumo.
O sector comercial possui 73 lojas, sete das quais inoperacionais, e o escoamento de muitos produtos locais faz-se por intermédio de comerciantes de distritos vizinhos, como Maxixe, e das cidades de Maputo, Xai-Xai, Inhambane e Beira.
Existem uma moagem, três oficinas, três estações de serviço, três carpintarias (mais uma inoperacional), cinco padarias (mais duas encerradas), cinco quiosques e quatro restaurantes.
O distrito possui boas condições para o turismo, mas a inexistência de instituições bancárias e a dificuldade de acesso ao crédito dificultam grandemente o desenvolvimento das infra- estruturas para esta actividade.
O distrito não possui nenhum sistema formal de crédito implantado e, à excepção do Banco Austral, não há nenhuma outra instituição bancária em Zavala.
PUBLICIDADEREFERÊNCIAS
Ministério de administração Estatal. (2005). Perfil do distrito de Zavala Província de Inhambane. Series perfis distritais de Moçambique.
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