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As fases e Teorias de aquisição da linguagem escrita

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As fases e Teorias de aquisição da linguagem escrita

A linguagem das crianças constitui preocupação de estudiosos da linguística, em particular e de outras áreas relacionadas, em geral. Tem sido uma constatação que as crianças do século XII eram diferentes das de hoje, pois não tinham os mesmos brinquedos, comportavam-se e vestiam-se de forma diferente.

O mesmo poder-se-á dizer sobre as crianças das próximas décadas ou século. Contudo, o estudo da infância sempre foi, é, e continuará interessante apesar dessas mudanças. Em volta destas mudanças surgiram várias teorias que explicam o processo de aquisição da linguagem nas diversas fases da infância.

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Teorias de aquisição da linguagem

De acordo com a teoria selectiva de aquisição da linguagem, a criança, dotada dos princípios genéticos fornecidos pela Gramática Universal, selecciona os valores de um parâmetro a partir da exposição a dados linguísticos (LIGHTFOOT, 1991). A Gramática Universal, que contém os princípios invariáveis e os parâmetros, é o estado inicial (S0) para a aquisição da L1 (primeira língua).

A teoria de aquisição da linguagem procura explicar entre outras coisas o facto de as crianças, por volta dos 3 anos, serem capazes de fazer o uso produtivo de suas línguas. Parte-se do princípio que desde pequenos já existe a comunicação, apesar de não ser feita por meio oral. Tal como o pensamento e a inteligência, o desenvolvimento da linguagem passa por fases ou estágios até que a criança utilize palavras, frases e discursos mais complexos.

Skinner afirma que a linguagem é aprendida inteiramente por meio da experiência (teoria comportamentalista), pois o indivíduo adquire a linguagem pela exposiçao ao meio, mediante a imitação, o reforço, estímulo e resposta. Para eles, aprender a falar é um processo fisiológico como aprender a nadar, dirigir… Porém, sabe-se que a fala implica uma série de processos e regras complexos que extravasam a simples imitação, além de que a criança é capaz de produzir palavras ou frases nunca antes ouvidas.

Chomsky superou a lacuna dos comportamentalistas ao defender a ideia de que a estrutura da linguagem é, em grande parte, especificada biologicamente e faz parte da nossa herança genética (teoria inatista), ou seja, a criança nasce com uma gramática internalizada que a permite desenvolver a linguagem. Para Chomsky, existe um dispositivo inato de aquisiçao que permite à criança construir as suas hipóteses sobre a língua nativa.

Por seu lado Piaget discorda dos estudos comportamentalistas por ignorarem factores maturacionais e dos inatistas por desprezarem o papel do ambiente na aquisição, defendendo que a aquisição da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência da criança (teoria cognitivista

construtivista). Para esta teoria e seus pensadores, a linguagem surge quando a criança desenvolve a função simbólica, capaz de nomear a realidade, uma vez que ele entende a linguagem como um sistema simbólico de representações. A criança constrói o conhecimento a partir das interações com o mundo, devendo haver mediação do outro para que ela desenvolva a linguagem.

Para Vygotsky, a aquisição da linguagem depende de factores sociais, comunicativos e culturais (teoria interacionista social). A troca comunicativa e a interação social são requisitos básicos para que a criança desenvolva a linguagem. Nesta teoria, a linguagem é percebida como um instrumento do pensamento que tem funções simbólicas como a comunicação, transmissão, preservação e assimilação de informações e experiências acumuladas pelo homem.

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Estágios de desenvolvimento da linguagem

O desenvolvimento da linguagem divide-se em dois estágios: pré– linguístico- quando o bebê usa, de modo comunicativo, os sons, sem palavras ou gramática. O linguístico refere-se ao uso de palavras.

No estágio pré – linguístico, a criança comunica-se através do choro. Como se sabe, o choro pode conter vários significados ao longo do tempo. De acordo com a relação que a mãe estabelece com o bebê, o choro pode expressar fome, sono, cólicas, etc…

Além do choro, a criança começa a produzir um som gutural que sai da garganta, assemelha-se ao arrulho dos pombos.

Entre os 6 aos 10 meses começa o balbúcio, caracterizado pela produção e repetição de sons de consoantes e vogais como “ma – ma – ma – ma”, depois segue-se à imitaçao de alguns sons que as crianças conseguem captar no seu quotidiano. Ao final do primeiro ano, o bebé já tem certa noção de comunicação, uma idéia de referência e um conjunto de sinais para se comunicar com aqueles que cuidam dele.

Já no estágio linguístico, começa a maturação do aparelho fonador da criança que, associada à sua experiência anterior, permite que ela comece a dizer algumas palavras. No final do segundo ano, desenvolve-se a fala linguística quando a criança associa alguns sons de forma frequente para nomear uma pessoa, um objeto, um animal ou um acontecimento.

Gradualmente o vocabulário das crianças começa a desenvolver-se. Até aos 18 meses a criança pode ter um vocabulário de aproximadamente 50 palavras; aos 2 anos ela já pode utilizar um vocabulário de mais de cem palavras; entre os 2 e 3 anos a criança começa a preocupar-se com alguns fundamentos básicos de sintaxe. Com 6 anos, a criança fala, utilizando frases longas, tentando utilizar corretamente as normas gramaticais.

Vygotsky defendeu a ideia de que a experiência sensorial da criança ou a interação com o meio social nao é suficiente para o desenvolvimento da

linguagem. É necessário que a criança esteja pronta ou atinja um nível de maturação que compreende diversos estágios, de modo a compreender o funcionamento comunicativo da linguagem, a saber:

  • Sensório – motor (0 a 18/24 meses) que precede a linguagem;
  • Pré-operatório   (18   meses/ 2 anos a 7/8 anos)   é a fase  das representações dos símbolos;
  • Operatório – concreto, (7/8 a 11/12 anos) é o estágio da construção lógica de enunciados/frases;
  • Operatório – formal (11/12 anos em diante) – trata-se de uma fase em que a criança raciocina, deduz, etc…

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