Neste artigo, abordamos os desafios da educação na globalização, a democratização da educação e as formas de administração de ensino.
Neste artigo, abordamos os desafios da educação na globalização, a democratização da educação e as formas de administração de ensino.
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Neste artigo, abordamos os desafios da educação na globalização, a democratização da educação e as formas de administração de ensino.
ÍNDICE:
ToggleSabemos que a pedagogia é a ciência da e para a educação. Isto significa que ela nasce da educação e serve à educação.
Assim, apela-se à todos os que se ocupam da educação escolar, das escolas, da aprendizagem dos estudantes, que façam opções pedagógicas, ou seja, assumam um posicionamento sobre objectivos e modos de promover o desenvolvimento e a aprendizagem de sujeitos inseridos em contextos socioculturais e institucionais concretos.
Os educadores, tanto os que se dedicam à pesquisa quanto os envolvidos directamente na actividade docente, enfrentam uma realidade educativa imersa em perplexidades, crises, incertezas, pressões sociais e económicas, relativismo moral, dissoluções de crenças e utopias.
Pede-se muito da educação em todas as classes, grupos e segmentos sociais, mas há cada vez mais dissonâncias, divergências, numa variedade imensa de diagnósticos, posicionamentos e soluções.
O espaço onde se reflectem todos os problemas da educação escolar é a sala de aula, onde decisões precisam ser tomadas e acções imediatas e pontuais precisam ser efectivadas visando promover mudanças qualitativas no desenvolvimento e na aprendizagem dos sujeitos. Pensar e actuar no campo da educação, enquanto actividade social prática de humanização das pessoas, implicam responsabilidade social e ética. Isso envolve necessariamente uma tomada de posição pela pedagogia.
Nenhum investigador e nenhum educador prático poderá, pois, evadir-se da pedagogia, pois o que fazemos quando intentamos educar pessoas é efectivar práticas pedagógicas que irão constituir sujeitos e identidades.
Por sua vez, sujeitos e identidades se constituem enquanto portadores das dimensões física, cognitiva, afectiva, social, ética, estética, situados em contextos socioculturais, históricos e institucionais. Buscar saber como esses contextos actuam em processos de ensino e aprendizagem de modo a formar o desenvolvimento cognitivo, afectivo e moral dos indivíduos com base em necessidades sociais é uma forte razão para a simbiose entre o “clássico” da pedagogia e as novas construções teóricas conectadas no pensamento “pós-moderno”.
A pedagogia quer compreender como factores socioculturais e institucionais actuam nos processos de transformação dos sujeitos mas, também, em que condições esses sujeitos aprendem melhor.
Destaca-se no contexto social contemporâneo a contradição entre a pobreza de muitos e a riqueza de poucos, entre a lógica da gestão empresarial e as lógicas da inclusão social, ampliando as formas explícitas e ocultas de exclusão.
As escolas e as salas de aula têm contribuído pouco para a superação dessas contradições, especialmente estão falhando em sua missão primordial de promover o desenvolvimento cognitivo dos alunos.
Três coisas são, portanto, necessárias de serem ditas para quem quiser ajudar e não dificultar as condições do agir pedagógico.
A primeira é que práticas pedagógicas implicam necessariamente decisões e acções que envolvem o destino humano das pessoas, requerendo projectos que explicitem direcção de sentido da acção educativa e formas explícitas do agir pedagógico. Quem se dispuser ao agir pedagógico estará ciente de que não se pode suprimir da pedagogia o facto de que ela lida com valores, com objectivos políticos, morais, ideológicos.
A segunda é que não é suficiente, quando falamos em práticas escolares, a análise globalizante do problema educativo. Aos aspectos externos que explicitam factores determinantes da realidade escolar é necessário agregar os meios educativos, os instrumentos de mediação que são os dispositivos e métodos de educação e ensino, ou seja, a didáctica.
E a terceira: dada a natureza dialéctica da pedagogia, ocupando-se ao mesmo tempo da subjetivação e da socialização, da individuação e da diferenciação, cumpre compreender as práticas educativas como actividade complexa, uma vez que se encontram determinadas por múltiplas relações e necessitam, para seu estudo, do aporte de outros campos de saberes.
A pedagogia, assim, há que se abrir para que toda contribuição ajude a explicitar as peculiaridades do fenómeno educativo e do acto de educar num mundo em mudança. A pedagogia constitui-se como campo de investigação específico cuja fonte é a própria prática educativa e os portes teóricos providos pelas demais ciências da educação e cuja tarefa é o entendimento global e intencionalmente dirigido dos problemas educativos.
As teorias pedagógicas modernas estão ligadas a acontecimentos cruciais como a Reforma Protestante, o Iluminismo, a Revolução Francesa, a formação dos Estados Nacionais, a industrialização.
Pedagogos como Pestalozzi, Kant, Herbart, Froebel, Durkheim, Dewey vão consolidando teorias sobre a prática educativa, assentadas na manutenção de uma ordem social mais estável, garantidas pela racionalidade e pelo progresso em todos os campos, especialmente na ciência.
São também teorias fincadas nas ideias de natureza humana universal, de autonomia do sujeito, de educabilidade humana, de emancipação humana pela razão de libertação da ignorância e do obscurantismo pelo saber.
Especificamente na pedagogia, o discurso iluminista acentua o papel da formação geral, o poder da razão no processo formativo, a capacidade do ser humano de gerir seu próprio destino, de ter autodomínio, de se comprometer com o destino da história em função de ideais.
As teorias modernas da educação hoje apresentam-se em várias versões, variando das abordagens tradicionais às mais avançadas, conforme se situem em relação aos seus temas básicos: a natureza do acto educativo, a relação entre sociedade e educação, os objectivos e conteúdos da formação, as formam institucionalizadas de ensino, a relação educativa.
Sem pretender retomar as abordagens teóricas que resultam nas classificações de teorias pedagógicas, são modernas a pedagogia tradicional, a pedagogia renovada o tecnicismo educacional, e todas as pedagogias críticas inspiradas na tradição moderna como a pedagogia libertária, a pedagogia libertadora, a pedagogia crítico-social.
Esquematicamente, essas teorias apresentam como características em comum:
a) acentuação do poder da razão, isto é, da actividade racional, científica, tecnológica, enquanto objecto de conhecimento que leva as pessoas a pensarem com autonomia e objectividade contra todas as formas de ignorância e arbitrariedade;
b) conhecimentos e modos de acção, deduzidos de uma cultura universal objectiva, precisam ser comunicados às novas gerações e recriados em função da continuidade dessa cultura;
c) os seres humanos possuem uma natureza humana básica, postulando-se a partir daí direitos básicos universais;
d) os educadores são representantes legítimos dessa cultura e cabe-lhes ajudar os alunos a internalizarem valores universais, tais como racionalidade, autoconsciência, autonomia, liberdade, seja pela intervenção pedagógica directa, seja pelo esclarecimento de valores em âmbito pessoal.
Entre os investigadores tem havido especulações, dúvidas, medos, saliência e celebração em volta da “globalização” e das suas consequências. A educação não é imune. O estatuto da globalização é o de frequentemente ou surgir como uma resposta para todas as questões ou como um inevitável destino (Dale, 2004).
A “globalização” é frequentemente considerada como representando um progresso no sentido da homogeneidade cultural, como um conjunto de forças que pode resultar em algo parecido com uma política mundial, e como reflectindo o crescimento irresistível da tecnologia da informação.
A globalização, na medida em que pode afectar as políticas e as práticas educativas nacionais, implica a apreciação da natureza e da força do efeito extranacional.
Há necessidade duma teoria efectiva dos efeitos da globalização sobre a educação, a qual precisa de:
a) especificar a natureza da globalização,
b) indicar claramente o que é que se quer dizer com “educação”;
(c) especificar como é que a globalização afecta a educação, quer directa, ou indirectamente, especificando outras mudanças que possa trazer.
Para examinar a relação entre globalização e educação, há que contrastar duas abordagens, uma designada “Cultura Educacional Mundial Comum” e outra referida como “Agenda Globalmente Estruturada para a Educação”.
Cultura Educacional Mundial Comum (CEMC): conota uma sociedade, ou política, internacional constituída por Estados-nação individuais autónomos. Os proponentes desta perspectiva defendem que o desenvolvimento dos sistemas educativos nacionais e as categorias curriculares se explicam através de modelos universais de educação, de estado e de sociedade, mais do que através de factores nacionais distintivos.
Agenda Globalmente Estruturada para a Educação (AGE): implica especialmente forças económicas operando supra e transnacionalmente para romper, ou ultrapassar, as fronteiras nacionais, ao mesmo tempo que reconstroem as relações entre as nações. Baseia-se em trabalhos recentes sobre economia política internacional que encaram a mudança de natureza da economia capitalista mundial como a força directora da globalização e procuram estabelecer os seus efeitos, ainda que intensamente mediados pelo local, sobre os sistemas educativos.
A comparação pode começar, com toda a utilidade, com as próprias designações. Tanto “Mundial” como “Global” implicam um foco extranacional. A principal diferença relevante entre elas é que a primeira conota uma sociedade, ou política, internacional constituída por estados-nação individuais autónomos; o que se pressupõe é essencialmente uma comunidade internacional.
“Global”, pelo contrário, implica especialmente forças económicas operando supra e transnacionalmente para romper,
ou ultrapassar, as fronteiras nacionais, ao mesmo tempo que reconstroem as relações entre as nações. “Agenda Estruturada” contrasta com “Cultura”; esta implica a partilha – e o ser igualmente acessível – de um conjunto de recursos a um alto nível de generalidade; aquela, um conjunto sistemático de perguntas incontornáveis para os estados-nação, enquadradas pela relação destes com a globalização.
Para Vexliard (1970), sobre a democratização da educação, pode se fazer referência às seguintes situações e acções (concepções):
Permitir que ao qualquer indivíduo, principalmente às crianças, sejam quais forem as suas origens sociais, alcançar o mais alto nível de cultura geral e de qualificação, compatíveis com as suas aptidões.
Pressupõe a eliminação das hierarquias da inteligência. Não se trata apenas de abrir largamente as portas das diversas ordens e níveis de ensino, mas também de fazer com que, por métodos renovados de ensino, se torne a escola o lugar da aprendizagem da democracia.
Os estudantes devem propor problemas, discutir entre si e encontrarem soluções.
Pode significar ainda, participação activa de grupos eleitos, e por meio de votos, nas decisões relativas ao ensino, aos programas, aos horários, aos métodos, etc.
Para além dos representantes dos pais dos alunos e dos docentes, os delegados de partidos políticos, de sindicatos e de corpos administrativos, também devem fazer parte.
Os aspectos económicos desempenham um papel importante no processo de democratização de ensino.
É, assim, preocupação de todas as nações (Estados), providenciar acesso à Educação para Todos.
Enquanto uns disponibilizam o ensino primário obrigatório, outros se preocupam pelo ensino secundário e, ainda outros, pelo ensino superior. Isso depende dos recursos disponíveis, dos propósitos e de experiência (qualidade e quantidade).
Os países são instados a aproveitarem os momentos de surto económico para resolverem os problemas mais candentes da educação, pois, é principalmente através da educação que se resolve todos os problemas, em todos os momentos.
Para Luck (2010), descentralização, democratização, construção da autonomia e participação, são facetas múltiplas da gestão democrática, directamente associadas entre si e que tem a ver com a estrutura e expressões do poder na escola.
São conhecidas duas principais formas de administração nacional dos sistemas de educação, nomeadamente a centralização e a descentralização do ensino.
Os países de administração centralizada de ensino são aqueles que concebem toda a filosofia e prática educativas nacionais a partir do nível central e se replicam pelo resto do país, nos diversos níveis e sectores. Por seu turno, os de administração educativa descentralizada, permitem que a concepção e materialização sejam independentes do topo e, por tanto, se difere das demais regiões do país. A centralização e a descentralização materializam-se nos curricula, nos programas, nos conteúdos, nos métodos, etc. (VEXLIARD, 1970).
Embora dependa de vários factores, em geral, é mais fácil planificar o ensino em países de organização administrativa centralizada que nos de descentralização. Não há estrutura centralizada sem certo grau de descentralização. Da mesma maneira, em toda organização descentralizada do ensino, encontra-se certa centralização.
Num sistema verdadeiramente descentralizado as vítimas são sobretudo as crianças e seus pais, porque quando uma família precisa mudar-se encontra em outra parte de seu país programas diferentes.
A tendência geral das correntes educacionais em matéria da administração escolar é a centralização, ou quando menos, tende-se à unificação de ensino.
As vantagens da descentralização residem, sobretudo, na maior flexibilidade do sistema, na possibilidade de promover experiências pedagógicas novas e locais bem como na facilidade maior de difundir, num sector limitado, inovações que se tenham decidido.
O movimento de descentralização em educação é internacional e emerge com características de reforma nos países cujo governo foi caracterizado pela centralização, sobretudo com regimes autoritários.
Podemos concluir que: a centralização administrativa é, factor importante para levar a bom termo a planificação do ensino, seja para criar um sistema de ensino, como para reformá-lo
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