A “ruptura com o senso comum” refere-se à necessidade de questionar e ir além das ideias e conceitos estabelecidos pela sabedoria convencional ou pelo conhecimento popular. Nesse contexto, os estudantes são incentivados a aprofundar sua compreensão do senso comum, explorando as origens e evolução desse conceito em relação às dinâmicas sociais em constante mudança.
O objetivo principal é identificar os mecanismos de aplicação do senso comum na vida cotidiana e como esses conceitos podem ser desafiados e reinterpretados à luz de novas informações, perspectivas e descobertas.
Ao romper com o senso comum, os estudantes são encorajados a questionar pressupostos, examinar criticamente as crenças estabelecidas e explorar diferentes maneiras de compreender e interpretar o mundo ao seu redor.
Essa abordagem visa promover uma reflexão mais profunda sobre as noções comuns aceitas pela sociedade, incentivando uma visão mais crítica e analítica das questões sociais, culturais e políticas.
Ao explorar a evolução do conceito de senso comum e suas aplicações práticas, os estudantes são capacitados a desenvolver uma compreensão mais ampla e informada do mundo em que vivem, contribuindo para uma visão mais abrangente e contextualizada das questões contemporâneas.
A “ruptura com o senso comum”
A interligação entre linguagem e pensamento é fundamental, pois os conceitos originam-se no cotidiano (senso comum), são posteriormente adotados pelo meio científico e transformam-se em conhecimento científico ao romperem com as ideias convencionais.
O conjunto de concepções amplamente aceitas em determinado contexto social é denominado senso comum.
O senso comum representa um sentido coletivo atribuído às experiências vividas, permitindo que os indivíduos se orientem no mundo ao assumirem como certas diversas situações e relações entre fatos, objetos e circunstâncias.
Contudo, é importante ressaltar que o senso comum nem sempre reflete a realidade, podendo incluir conceitos equivocados adotados pela coletividade.
A ciência moderna, por sua vez, é construída em oposição ao senso comum, considerando-o superficial, ilusório e falso. No entanto, a ciência pós-moderna reconhece os valores presentes no senso comum, os quais enriquecem nossa relação com o mundo.
Apesar de conservador, o senso comum possui uma dimensão utópica e libertadora que pode ser ampliada por meio do diálogo com o conhecimento científico.
Francelin (2004) destaca que a caracterização do senso comum não se baseia necessariamente em critérios de verdade ou falsidade, mas sim na falta de fundamentação sistemática.
Enquanto no meio científico os conhecimentos podem ser provisórios e parciais, dando origem a novas descobertas ao longo do tempo, o senso comum tende a considerar suas opiniões como definitivas. Assim, a ciência busca afastar-se do senso comum por meio de rigor na pesquisa, debate e crítica de ideias.