Motivação Acadêmica e Autoestima Contingente

Motivação Acadêmica e Autoestima Contingente: Relação com Satisfação de Vida, Esperança e Otimismo

Durante o processo de aprendizagem, a motivação desempenha um papel crucial e tem sido consistentemente associada à satisfação educacional em várias áreas (Gilman & Anderman, 2006; Lin, Mckeachie, & Kim, 2001; McDermott, Mordell, & Stoltzfus, 2001).

Tradicionalmente, a motivação foi entendida principalmente em termos de contingências extrínsecas, onde recompensas externas eram vistas como impulsionadoras do comportamento (Lepper & Henderlong, 2000). No entanto, pesquisas indicam que oferecer recompensas pode, na verdade, diminuir a motivação intrínseca (Lepper & Henderlong, 2000).

No contexto universitário, as dificuldades de aprendizagem estão frequentemente relacionadas a questões pessoais que podem afetar a motivação para aprender (Cunha & Carrilho, 2005). Um indicador importante do tipo de motivação presente no processo de aprendizagem é a autoestima. Quando a autoestima de um estudante está fortemente ligada ao sucesso acadêmico, ela tende a aumentar quando o desempenho é positivo e a diminuir quando os resultados não correspondem às expectativas (Crocker, Karpinski, Quinn, & Chase, 2003).

É importante ressaltar que o que é significativo para uma pessoa pode não ter o mesmo peso para outra, dependendo da avaliação individual das áreas consideradas relevantes (Maricutoiu, Macsinga, Magurean, Virga, & Sava, 2012). As contingências de autoestima representam os domínios nos quais a autoestima pode ser ameaçada por fracassos ou contratempos, levando as pessoas a adotarem comportamentos defensivos (Crocker & Wolfe, 2001). Quanto mais contingente for a autoestima, mais vulnerável ela se torna, aumentando o risco de problemas como ansiedade e depressão (Crocker, Karpinski, Quinn, & Chase, 2003; Lopez et al., 2014).

Cada comportamento é motivado por variações nos níveis usuais de autoestima, que não podem ser considerados apenas como baixos ou altos (Crocker & Wolfe, 2001). A motivação para o comportamento pode ocorrer de duas maneiras gerais: externamente, em que há uma busca por atender a demandas externas, e intrinsecamente, onde há um envolvimento guiado por interesse, empolgação e confiança (Ryan & Deci, 2000).

A motivação intrínseca é facilitadora da aprendizagem, e ambientes que apoiam comportamentos autônomos, como aqueles em que pais e professores incentivam a autonomia dos alunos, tendem a promover essa motivação (Ryan & Deci, 2016). Além disso, escolas que favorecem a motivação intrínseca podem beneficiar seus alunos no estabelecimento de metas e no processo de aprendizagem (Froiland & Worrel, 2016).

A motivação de cada indivíduo está relacionada a características permanentes ou transitórias, como personalidade, otimismo e esperança (Luthans, Avolio, Avey, & Norman, 2007). Estudos mostram que a autodeterminação, esperança e outros aspectos do capital psicológico influenciam o engajamento e o sucesso acadêmico (Datu, King, & Valdez, 2018; Zhou & Kam, 2018).

Essas características individuais contribuem para as propensões motivacionais de cada pessoa, juntamente com sua percepção da satisfação de vida em diferentes contextos. Além disso, a personalidade influencia a motivação e as prioridades dos estudantes no ambiente acadêmico (Clark & Schroth, 2010).

Modelos de avaliação da personalidade, como o Modelo dos Cinco Grandes Fatores, oferecem uma compreensão mais abrangente das características individuais e de como elas podem influenciar a motivação e o sucesso acadêmico (Trentini, Hutz, & Teixeira, 2009; Kyllonen, Lipnevich, Burrus, & Roberts, 2014).

Otimismo, esperança e satisfação de vida são construtos importantes no ajuste psicológico diante de situações estressantes e estão relacionados ao bem-estar emocional e ao sucesso acadêmico (Besser & Zeigler-Hill, 2014; Fernández-González, González-Hernández, & Trianes-Torres, 2017; Pavot & Diener, 2008).

Fatores externos, como sexo e cultura, também influenciam a motivação para aprendizagem. Estudos mostram diferenças entre sexos e culturas em relação à motivação e ao ajuste psicológico no contexto acadêmico (Edgar, 2015; Hutz, Midgett, Pacico, Bastianello, & Zanon, 2014).

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Motivação Acadêmica e Autoestima Contingente

A relação entre motivação acadêmica e autoestima contingente é um tema relevante no campo da psicologia educacional. A motivação acadêmica refere-se ao impulso interno que leva os estudantes a se envolverem em suas atividades escolares, enquanto a autoestima contingente está relacionada à valorização pessoal baseada em sucessos ou fracassos específicos.

Estudos avançados que a motivação acadêmica podem ser influenciados pela autoestima contingente. Quando a autoestima de um estudante está fortemente ligada ao desempenho acadêmico, isso pode afetar sua motivação de maneira significativa. Por exemplo, um aluno com alta autoestima contingente pode se sentir mais motivado ao obter boas notas, mas sua motivação pode diminuir drasticamente se ele enfrentar um fracasso acadêmico.

Relação com Satisfação de Vida

A satisfação de vida está intimamente ligada à motivação acadêmica e à autoestima contingente. Estudantes que possuem uma motivação intrínseca para aprender, ou seja, que estão interessados ​​no conhecimento em si e não apenas nas recompensas externas, tendem a ter níveis mais elevados de satisfação de vida. Da mesma forma, indivíduos com uma autoestima menos contingente, ou seja, que se baseiam na sua valorização pessoal em aspectos mais amplos da vida além do desempenho acadêmico, também tendem a relatar maior satisfação geral.

Esperança e Otimismo

Além disso, a relação entre motivação acadêmica e autoestima contingente também pode influenciar os níveis de esperança e otimismo dos estudantes. A esperança está relacionada à crença na capacidade de alcançar metas futuras e superar obstáculos, enquanto o otimismo refere-se à disposição para esperar o melhor resultado possível das situações.

Estudantes com alta motivação acadêmica e baixa autoestima contingente tendem a apresentar níveis mais elevados de esperança e otimismo. Isso ocorre porque eles estão mais propensos a persistir diante das dificuldades, acreditando em seu potencial para superá-las independentemente dos resultados acadêmicos imediatos.

Conclusão

Em suma, a relação entre motivação acadêmica e autoestima contingente tem implicações significativas para a satisfação de vida, esperança e otimismo dos estudantes. Promover uma motivação intrínseca para aprender e uma autoavaliação menos dependente do desempenho acadêmico pode contribuir positivamente para o bem-estar emocional e psicológico dos alunos.

A a motivação para aprendizagem é influenciada por uma variedade de fatores individuais e contextuais, incluindo autoestima, personalidade, otimismo, esperança, satisfação de vida, sexo e cultura. Compreender esses aspectos é fundamental para promover um ambiente educacional que estimule a motivação intrínseca e o sucesso acadêmico dos alunos.

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