sistematização dos seres vivos: A Sistemática é uma disciplina científica dedicada à classificação dos seres vivos.
sistematização dos seres vivos: A Sistemática é uma disciplina científica dedicada à classificação dos seres vivos.
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A Sistemática é uma disciplina científica dedicada à classificação dos seres vivos. Esta área de estudo é subdividida em duas partes distintas:
Na Botânica Sistemática, os objetivos centram-se em identificar e compreender todas as potencialidades vegetais no contexto do processo evolutivo.
ÍNDICE:
ToggleNa antiguidade, a classificação dos seres vivos era guiada por critérios utilitários e práticos, como serem úteis ou nocivos, venenosos ou não venenosos, comestíveis ou não comestíveis. Estas categorias não eram baseadas em características intrínsecas dos seres vivos, mas sim em considerações práticas alinhadas com os interesses humanos.
Aristóteles introduziu uma abordagem mais desinteressada e especulativa à classificação, dividindo os seres vivos em dois reinos principais: plantas e animais. Seu discípulo, Teofrasto, expandiu essa classificação, categorizando plantas em árvores, arbustos e ervas, e animais em aéreos, aquáticos e terrestres. Essa classificação baseava-se na presença de características comuns, como o porte nas plantas e o ambiente nos animais.
As classificações antigas, centradas em características únicas ou em um pequeno número delas, eram consideradas artificiais. Essas abordagens foram eventualmente substituídas por classificações naturais, que refletem as afinidades naturais entre os seres vivos, baseadas no grau de parentesco.
Tanto as classificações artificiais quanto as naturais são sistemas racionais, organizados com base em características estruturais.
No século XVIII, Carl Von Linné desenvolveu um sistema de classificação natural, hierarquicamente organizado em filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécies. Seu sistema era fundamentado em semelhanças morfológicas e fisiológicas, refletindo uma visão fixista da natureza, na qual o número de espécies é considerado fixo e imutável.
Compreendendo as limitações do sistema de Linné, surgiram classificações evolutivas ou filogenéticas, baseadas nas relações de parentesco e na história evolutiva dos seres vivos.
Estas, ao contrário das classificações anteriores, são verticais e consideram o fator tempo. Outras classificações, denominadas fenéticas, utilizam aspectos morfológicos, citológicos, bioquímicos, etc., sem necessariamente refletir relações evolutivas, sendo organizadas de forma horizontal.
A partir da contribuição de Lineu, os seres vivos são organizados em grupos taxonómicos com diversas categorias hierárquicas. A menor dessas categorias é a Espécie, onde seres vivos semelhantes são agrupados.
Essa hierarquia pode estender-se até categorias mais específicas, como Subespécies (raças ou variedades), proporcionando uma estrutura flexível que permite uma classificação detalhada e precisa dos seres vivos.
A palavra “Species“, do latim, significa “tipo“. Para o clérigo inglês John Ray, a espécie era definida como um grupo de indivíduos semelhantes com ancestrais comuns.
Dentro dessa perspectiva, todos os seres morfologicamente semelhantes e com a capacidade de originar outros semelhantes foram incluídos na mesma espécie. Esse conceito, vinculado à ideia de hereditariedade por John Ray, foi adotado pelo naturalista sueco Lineu em seu extenso trabalho de classificação de diversas espécies.
Atualmente, embora esse conceito seja aplicável à maioria das espécies, surgem dificuldades na sua aplicação. Mesmos indivíduos que pertencem inequivocamente à mesma espécie não são estritamente idênticos, e o critério de interfecundidade nem sempre é confirmado.
Conforme a concepção evolucionista, as diferenças são interpretadas como estados de divergência a partir de um ancestral comum.
Nesse contexto, o conceito mais adequado de espécie pode ser considerado como uma população ativa de organismos que compartilham muitas características anatómicas, fisiológicas, bioquímicas e de comportamento. Esses organismos normalmente podem cruzar-se entre si, originando descendentes férteis.
Este é o conceito multidimensional de espécie, que contrasta com o antigo, fundamentado principalmente em critérios morfológicos.
John Ray adotou um método de nomenclatura em latim para as diferentes espécies que identificou, consistindo em polinómios descritivos que caracterizavam plantas ou animais específicos.
Em todas as espécies semelhantes, a primeira palavra do nome era comum e indicava o Género ao qual essas espécies pertenciam. Por exemplo, a espécie “Nepeta floribus interruptae spicatus pedunculatis” fazia parte do género Nepeta.
O método de nomenclatura introduzido por Lineu simplificou esse processo e foi prontamente adotado pelos biólogos dedicados à identificação de novas espécies, sendo ainda utilizado nos dias atuais.
Para evitar a atribuição de diferentes designações a uma mesma espécie identificada independentemente por vários biólogos, foram criadas Comissões Internacionais. Uma dessas comissões incluiu Charles Darwin entre seus membros. Os biólogos começaram a comunicar suas descobertas e propostas de designação de novas espécies a essas comissões.
A validação do trabalho ocorria somente após o reconhecimento por parte dessas comissões de que as espécies não haviam sido identificadas por nenhum outro biólogo até aquele momento.
A nomenclatura proposta para aceitação científica deve obedecer às regras taxonómicas do Código Internacional de Nomenclatura, elaborado por essas Comissões e universalmente aceite. Essas regras são, essencialmente, baseadas nas usadas por Lineu.
Dentre essas regras, destacam-se as seguintes:
Cada espécie é identificada por dois termos, formando uma designação binominal. O primeiro termo indica o género, sempre em letra maiúscula, e o segundo termo, em letra minúscula, refere-se ao restritivo específico ou epíteto específico.
Quando o nome do género é considerado isoladamente, abrange todos os membros do grupo de espécies desse género. O restritivo específico, um adjetivo modificador, pode ser partilhado por diferentes espécies em géneros distintos.
Por exemplo, o termo “cinerea” pode ser o restritivo específico para o género Motacilla (Motacilla cinerea, o nome científico da lavandisca) e também para o género Erica (Erica cinerea, o nome científico de uma planta, a urze). Ambos os termos que compõem o nome da espécie devem ser latinos ou, se tiverem outra origem, ser latinizados.
Além disso, os biólogos, independentemente do país de origem, devem utilizar o alfabeto latino ao escrever o nome científico de qualquer espécie.
Para designar subespécies (raças ou variedades), acrescenta-se um terceiro termo, também latino ou latinizado, ao nome da espécie. Este termo, restritivo subespecífico, é escrito com o mesmo tipo de letra usado para o nome da espécie, resultando numa designação trinominal.
Exemplo: Pediculis capitis vestimenti, onde Pediculis é o termo genérico, capitis é o restritivo específico, e vestimenti é o restritivo subespecífico.
Categorias taxonómicas superiores à espécie são designadas por um único termo, formando uma designação uninominal. Este termo pode ser latino ou latinizado, mas em grupos de categoria superior ao género, outras línguas podem ser empregues.
O nome do autor de qualquer designação científica, a partir de 1758, data da publicação da 10ª Edição do Systema Naturae de Lineu, é considerado o autor que utilizou essa designação pela primeira vez, seguindo a Lei da Prioridade. O nome do autor é colocado imediatamente após a designação científica, sem interposição de sinais ortográficos.
Na classificação de uma espécie vegetal, terminações específicas são utilizadas, como phyta (divisão ou filo), phytina (subdivisão ou subfilo), phyceae (classe), ideae (subclasse), ales (ordem), anae (super ordem), aceae (família), ineae (subordem), oideae (subfamília), bionta (subreino) e mycota (filo ou divisão nos fungos).
A espécie, como unidade taxonómica fundamental, é uma entidade dependente da interpretação humana e está sujeita a mudanças ao longo do tempo. Os sistemas de classificação, embora sejam essenciais, são construções artificiais e, por vezes, pouco arbitrárias, representando arranjos feitos pelos cientistas de acordo com suas interpretações.
No tempo de Lineu, os seres vivos eram agrupados em dois reinos: Plantas e Animais. No entanto, esse sistema revelou-se insatisfatório, especialmente com o avanço do microscópio eletrónico e o uso de técnicas bioquímicas no estudo dos seres vivos.
No século XIX, surgiram desafios, e cientistas propuseram sistemas de classificação mais complexos. Ernst Haeckel, em 1866, introduziu um sistema de três reinos: Animais, Vegetais e Protistas, onde este último agrupava organismos com classificação duvidosa como animais ou vegetais.
Outros cientistas, como Copeland, sugeriram quatro reinos: Monera, Protista, Plantas e Animais, distinguindo seres unicelulares com núcleo individualizado.
Posteriormente, em 1969, Whittaker propôs um sistema de cinco reinos com base em diferentes níveis de organização e tipos de nutrição: Monera (falta de nutrição por ingestão), Protista (três tipos de nutrição), Fungi (nutrição por absorção), Plantae (fotossintéticas) e Animalia (nutrição por ingestão).
Essas variações nos sistemas de classificação refletem a compreensão em constante evolução da diversidade dos seres vivos e a busca por critérios mais abrangentes e significativos para agrupá-los.
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