Os manuais escolares escoltam caminhos didácticos, desenvolvem ódios de estimação, estimulam amores que se mantêm para sempre
Os manuais escolares escoltam caminhos didácticos, desenvolvem ódios de estimação, estimulam amores que se mantêm para sempre
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ToggleVárias são as críticas ao excesso das edições de manuais escolares existentes no mercado, as quais põem em causa a sua qualidade, pois acabam por fazer com que os professores responsáveis pela sua adopção não tenham tempo necessário para escolher o manual ideal mediante tanta oferta.
É especialmente no 1º ciclo que se verifica um número elevado de manuais para cada disciplina, uma vez que só existem três disciplinas, logo o investimento em manuais neste nível de ensino é mais baixo.
No entanto, a maioria dos professores deste ciclo tem por base as melhores propostas editoriais, o que revela a realidade do nosso sistema de avaliação e certificação de manuais escolares em Portugal. Compreende-se, por isso, porque é que no nível seguinte há uma diminuição de livros, e responde também ao facto de nos restantes níveis de ensino existir menos oferta.
Contudo, não se pode afirmar que a qualidade dos manuais escolares tenha diminuído. Pelo contrário, a mesma até tem vindo a aumentar. Comparando com os manuais de há dez ou vinte anos atrás, o rigor é muito maior, quer no papel utilizado, como no cuidado editorial, gráfico e desenvolvimento de matérias. O controlo na elaboração de um manual escolar é, também, actualmente, muito maior. As editoras têm de apresentar respostas adequadas para que possam apresentar o seu trabalho aos milhares de professores que irão adoptar manuais.
O processo de elaboração e desenvolvimento de manuais escolares obedece a uma elevada exigência, começando pelas editoras, pois obriga a importantes investimentos em investigação, envolvendo também a participação de profissionais especializados, autores e criadores intelectuais e, ainda, revisores científicos.
Estando, ainda, sujeitos a uma avaliação muito apurada, que, possivelmente, outro livro não terá, pois são submetidos à inspecção quotidiana dos mais de 130.000 professores que leccionam nas escolas de todo o país, acrescentando os pais que usam o manual no acompanhamento do filho. Perante esta realidade, o Ministério da Educação deve proporcionar as melhores condições de avaliação de manuais escolares aos docentes, exigindo o máximo rigor na sua escolha.
Poderá também criar comissões de trabalho que fundamentem o seu trabalho na análise das escolhas feitas pelas escolas, verificando se estão de acordo com os objectivos definidos pela lei actual, como a qualidade científica e pedagógica, sem nunca esquecer o cumprimento dos programas curriculares em vigor e outras orientações curriculares.
No entanto, este processo poderá registar gastos consideráveis ao Estado Português, pois para cada área disciplinar serão precisos especialistas que terão de analisar manuais durante meses, emitir relatórios conclusivos e, permitir às editoras a sua revisão. Este processo, para além de ser dispendioso para o país, irá também pôr em causa o trabalho dos professores e mesmo dos próprios alunos, devido ao atraso que pode implicar todo este processo de verificação extenso e cauteloso.
Os manuais escolares escoltam caminhos didácticos, desenvolvem ódios de estimação, estimulam amores que se mantêm para sempre, previnem objectivos, alvitram trajectos multidirecionados, substituem docentes, difundem-se em explicações, valorizam o que é original, registam complicações, criam complicações, apoquentam ou divertem os alunos, que os enchem de sublinhados ou os riscam dramaticamente, pintando-o de várias cores, amarrotando, despedaçando, esmagando contra os restantes materiais que carregam na mochila.
De uma forma ou de outra, acabam por fazer parte do quotidiano da vida de aluno, acompanhando o mesmo durante todo o ano lectivo (Idem, 1999).
Como nos indica Castro et al (1999), os manuais escolares são autênticos “best-sellers”, que se situam nos tops mais vendidos em Portugal, não escapando a polémicas e críticas. O mesmo autor refere ainda a existência, no passado, de um “manual único”, que atravessava gerações e Portugal inteiro recitava os seus textos em conjunto.
No entanto, são ainda alguns os encarregados de educação que se manifestam contra o manual escolar, porque depois de acabadas as aulas serve apenas para ficar arrumado num canto do armário, no sótão, na garagem, na cave, não apresentando quaisquer benefícios para os seus educandos.
Noutro sentido, é certo que o manual escolar, quando bem especificado, claro e conciso, irá contribuir para o sucesso ou não do aluno em questão, tecendo assim as suas malhas do sucesso ou insucesso escolar. Por tudo isto, é importante definir uma política de manuais escolares, que
recorram a outras fontes de conhecimento, facilitando o processo de ensino aprendizagem, orientando-se no sentido de satisfazer um conjunto de objectivos elementares (Castro et al, 1999).
Como nos indica Castro et al (1999), os alunos carregam o seu manual no “saquinho de jóias preciosas”, ou, por outras palavras, nas suas pastas escolares, que “aconchegam o peso da sabedoria ao corpo”, transportando diariamente o manual de português. Com o fim das férias espera-se uma nova etapa escolar, nos inúmeros manuais escolares a comprar para que o ano lectivo corra da melhor maneira.
Desta forma, a escola torna-se o centro das atenções, sendo a partir dela que a maioria dos jovens constrói a vida, com ou sem êxito. Para a maioria das famílias portuguesas o início do ano escolar é uma roda-viva de coisas novas a surgir na vida dos estudantes.
Significa uma renovação de expectativas com esperança num novo ano repleto de novas aprendizagens, sendo também a altura do ano em que os pais acabam por querer gastar mais dinheiro com os filhos, precisamente por pensarem que será para darem o seu melhor. Um livro é como um convite à leitura, mas o interesse do leitor passa pela conveniência do conteúdo que compõem o livro e pela sedução que o mesmo transmite ao ser folheado.
“Aderimos, ou não, ao toque gostoso do papel, à mancha das palavras organizadas em colunas, somos sensível ao estímulo provocado por cada imagem, os nossos olhos brilham e sorriem face à sugestão das cores…e o texto torna-se fácil e apetecível e o seu conteúdo inteligível. Participam as mãos, os olhos, enfim, todos os nossos sentidos reunidos numa análise que, pretendemos, seja o mais aliciante possível” (Castro et al, 1999, p. 142).
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